terça-feira, 31 de agosto de 2010

Édipo mal resolvido – Um crime passional...

“Pensei que nunca iria viver a vida como meu pai... e no final não vivi...

Ele, o meu pai, sabe, nunca passou de motorista da empresa, eu, sem ter um curso técnico, sou gerente do sector. Faz dois anos que entrei para o sindicato, dos gerentes, é claro, pois, isso eu tenho para mim e ninguém me tira, só se é peão por burrice, veja só onde eu cheguei, se fosse bom como eu, tinha chegado aqui também...

Lá no sindicato, vinha um homem da Central do ABCD aqui para a cidade de Santo Damião, que me dizia uma série de coisas. Umas delas era que mulheres e homens eram trabalhadores todos iguais, errado era só o patrão e seus filhos. Isso eu não achava muito certo, mulheres eram muito melhores que os homens.

Eu lembro de minha mãe, que fazia tudo em casa, e meu pai, esse, só fazia chegar bêbado, veja se isso é vida. Um dia, ao 14 anos, levantei à noite e escutei, através da porta do quarto de minha mãe, aquelas vozes que eram uma mistura de vida e morte, um entre e sai, um prazer com espancamento, choros e suspiros.

Nunca esqueci disso...

Janefer, era nova na empresa, era ainda aprendiz do RH, devia ter uns 16 anos, diziam que saiam com seu Pedro, sujeito novo, mas já era chefe do setor, homem estudado e metido a sabido.

Ontem vi que ele não passou para buscá-la como era de costume na esquina uma rua adiante da empresa em direção ao estádio. Resolvi dar carona, pobre da moça, já tão mulher, e tão melhor que os homens.

Ah... como ela já era mulher, era minha grande vez! Em tempo de nada, sentei-lhe um murro.

Era hoje! Depois de tanto tempo, nunca entendi o que era estar com uma mulher, ia saber hoje!

...

Agora estou aqui" – parecia que um elefante tinha nascido de Jenefer –“ escavei ela toda e não encontrei o que minha mãe achou naquele dia atrás da porta...”

Um comentário:

Anônimo disse...

Já está na hora de postar alguma coisa nova, meninos...