quinta-feira, 6 de maio de 2010

Discussões metodológicas acerca da ficção II: X-Men Origins: Wolverine

Atualizado que sou com o que há de mais novo na sétima arte, acabo de assistir X-Men Origins. A sequencia de abertura foi fenomenal, um dos melhores momentos do filme, os personagens muito bons, Ryan Reynolds como sempre fazendo o papel de si mesmo, um fanfarrão smartass, mas dessa vez com duas Ninja-to e super-reflexos. Em suma, um filme muito bom. No entanto, gostaria de chamar a atenção para dois detalhes, um deles banal e o outro super importante:

Primeiro: quando Wolverine está lutando contra o deadpool, Stryker observa todo o combate através do que imagino que sejam microcameras implantadas nos olhos da máquina de matar, que, mesmo considerando que estamos na década de 70, 80 ou 90, produzem uma imagem fenomenal. No entanto, a tecnologia militar, que se diz estar sempre 2 ou 3 gerações à frente da civil, parece ter carecido de dispositivos de interface humana, já que ELE DIGITA MANUALMENTE OS COMANDOS NUM TECLADO BRANCO ENCARDIDO SAFADO! Puta que pariu, isso é um absurdo. Quando deadpool literalmente pega Logan por trás, posicionado pra arrancar a cabeça do herói, ele vai e ridiculamente digita 'decapitate'. Porra... se é pra lutar é pra matar. E, tirando o fato de ser necessário de se dar tais comandos, o quão dificil seria colocar uma interface de voz, pra remover o incoveniente de se digitar todo comando mais específico?

Segundo: As balas de adamantium. Tudo bem, eu enxergo como elas poderiam ferir wolverine: elas seriam capazes de perfurar seu esqueleto, causando mais dano e danificar orgaos internos. Mas... dizer que o projétil se alojaria no interior de sua caixa craniana e pontualmente apagariam sua memória é ridiculo. Pensem comigo: por anos, Logan, ainda com seu esqueleto normal tomou porrada, foi transfixado por armas brancas, tomou tiros em todas as partes do corpo e teve seu cu comido. Mas ainda assim, ele expelia todos os projéteis que entravam seu corpo e comia o cu dos inimigos de volta. Como os projéteis de adamantium seriam diferentes? Só seriam capazes de atravessar seu esqueleto, tal como o faziam os projéteis normais antes da implantação do metal. E A MEMÓRIA APAGADA? AHHHHHHHH

Mesmo considerando que esses projéteis ficassem alojados, as chances de ele ficar tetraplégico, retardado mental ou mesmo MORTO eram muito maiores do que ele ter uma amnésia anterógrada total e permanente. memórias de longa data estão armazenadas difusamente pelo córtex cerebral, tornando tal evento muito dificil de acontecer.

Nao temos nada contra ficção científica absurda. Adoramos superpoderes, heróis que voam, naves espaciais, sabres de luz e tecnologia avanaçada. Tudo isso tem uma provável ciência por trás. Toleramos até sons que se propagam no espaço (se bem que eu vejo isso como uma licença poética: o expectador onisciente ouve como seria o som da nave explodindo e dando rasantes, mesmo que fisicamente isso seja impossível). Mas detalhes como esse acabam manchando uma história que tinha de tudo para ser fenomenal.

E fica aí mais uma contribuição para o rigor científico na ficção!

O primeiro post da série: A Força

ps: O gambit nem precisava ter aparecido, defato foi horrorosa a participação do personagem. Mas pelo menos aparece Daniel Negreanu junto com ele.

pps: Relendo, a cena do stryker digitando os comandos com cara de obstinado me lembrou de Street Fighter, aquele com o Van Damme, na cena em que mr Bison fica detonando as minas aquáticas num fliperama.

8 comentários:

CassiO disse...

Como é que tu tem coragem de chamar isso de "um filme muito bom"?

Eu sei que filmes não são, e não tem de ser mesmo, fiéis às HQs. Mas leia só uma HQzinha do Deadpool pra ver se tu não se maravilha com o personagem e fica com vontade de arrancar o pescoço do FILHO DA PUTA que fez esse filme.

E ah, a cena do Logan na motocicleta, por favor. Eu assisti essa joça no cinema e os efeitos pareciam coisa de Chapolin Colorado.

Mau Victorino disse...

Realmente, meu caro...X-Men Origins faz parte de um não tão seleto rol de filmes - no qual figuram os fenomenais Dragon Ball Evolution e Street Fighter: A lenda de Chun Li, com certeza >< - que são mais apropriados a um público de capacidade cerebral comparada a de um babuíno mutante, acéfalo, atropelado por um elefante e, por que não, em coma.

É por essas e outras que aquela emoção tão gostosa da infância do tipo "NOSSA! QUE ANIMAL! UM FILME SOBRE ISSO VAI SER MTO LOCO!!", fica cada vez mais longe nas minhas memórias. O que me resta é uma crescente náusea que toma seu lgar, toda vez que ouço anúncios de mais uma futura heresia do mundo cinematográfico...

...e tenho dito!

Abraço, Peaguêitor!!!

CassiO disse...

Sem contar o disparate que foi ver um Gambit sem sotaque francês. Ele não fala nenhum "chérie" o filme todo!

Vou parar de lembrar disso, não vai ter fim :S

der praktischer disse...

blah, eu gostei do filme no geral. Procução pipoca sempre acaba me agradando

Copia disse...

"se bem que eu vejo isso como uma licença poética: o expectador onisciente ouve como seria o som da nave explodindo e dando rasantes, mesmo que fisicamente isso seja impossível"
Eu conheço o dono dessa teoria e acho que ele merecia, ao menos, uma nota de pé de página...

Copia disse...

Ah, e foi mal mesmo... vou ter que dizer: o filme é um lixo do começo ao fim...

Caio disse...

EU GOSTEI DA PORRA DO FILME!

ao conhecer a mitologia por trás dos quadrinhos pode fazer alguem feliz por pouco mais de uma hora.

e quanto à parte do som no espaço... que eu me lembre isso foi elocubrado em uma conversa, nao me lembro muito bem com quem, e, pra nao me dar todo o crédito da idéia, acho justo dizer que a teoria toda foi desenvolvida por mim e pelo outro interlocutor, cuja identidade nao me lembro.

Copia disse...

A teoria foi desenvolvida por um ácido jovem que no colegial discutia com seu professor de física... só não vou falar o nome do cara, pois ele está num programa de proteção a testemunhas, e tal informação colocaria ele em uma situação muito complicada...