terça-feira, 2 de março de 2010

Alguns novos problemas.


Umas das coisas que vejo que não sai da boca de meus pais de de seus amigos é a questão das 'costas na Universidade'.

Hoje mesmo li no jornal um artigo no sobre tal assunto de um douto juiz de São Paulo, que provavelmente vai dar mais um fôlego para essa conversa. Compatilho um trecho:


'Para comprovar a assertiva, inicio pela ideia, advogada por vários, de que não existiria mais a noção de raça, o que seria confirmado pelo que há de mais moderno no estudo da genética.'

(...)

'Assim, quando se afirma que não existe mais sentido em falar em raça, especialmente em países como o Brasil, em que houve um elevado grau de miscigenação, olvida-se que, aqui, os principais centros de poder são ocupados por brancos.

Esquece-se, assim, que a matéria envolve o poder, o que afasta a disputa racial de meras ilações de natureza biológica -até mesmo porque a luta pelo poder se processa de forma distinta entre os animais irracionais.'

(...)
'Ações afirmativas, como as cotas para negros no ensino superior, podem consubstanciar, no contexto de uma política pública de inclusão social bem organizada, eficiente meio para a queda de alguns desses mitos.'
(MARCUS ORIONE GONÇALVES CORREIA. Folha de São Paulo, 02 de março de 2010.)


Na cabeça do douto senhor juiz não faz sentido apelar para justificativas biologicas para resolver problemas sociais, e de fato, não fazem mesmo, porém acho que ele mesmo se enrola com seu argumento. A biologia e genética se esforçam cada vez mais para destruir o conceito de raça que assombra o mundo social já faz um tempo e isso deve ser levado em conta, não como disse o juiz. O conceito de raça é cria do mundo racional e cientifico, ele é justificado apartir de 'observações 'e discussões 'objetivas' foi assim que nasceu. E agora, que a biologia resolve dar pena de morte para essa aberração, o homem quer oferecer asilo para isso no direito!?

As 'Ações Afirmativas' devem se focar em tratar de um problemas social: as Universidades não recebem todos os tipos de alunos. Como resolver isso? Com cotas? Com bônus? Sim, todas essas podem ser uma saída, contanto que não importem conceitos que seus atuais donos querem destruir.

O problema de acesso as Universidades é algo de ordem social, 'envolve matéria de poder' , e é nos seus parametros que ele deve ser discutido e resolvido. Agindo assim, talvez um dia, dobraremos capas maliciosas, que ainda nessa altura, dão mais horas de vidas a tecnocrácia que se regoriza quando um douto mistura técnica com seres humanos.

Um comentário:

CassiO disse...

Não poderia deixar de concordar.