quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Bio'n'Roll - Um mundo sem petróleo?

O seu informativo biológico - agora com novo endereço!


Para quem não conhece (ou seja, todo mundo), o Bio'n'Roll era minha coluna nada periódica no SWA, outro blog do qual participo e que infelizmente encontra-se inativo. Portanto, na falta de criatividade para criar uma coluna diferente, exportei o Bio'n'Roll pra cá hehehe


Quem se interessar, os outros posts do antigo Bio'n'Roll são esses, em ordem de postagem:

O Mundo Corrompido das Planárias

Tiranossauro - Predador ou Carniceiro?

MACONHA!!!

Tirando a Água do Joelho

Mas vamos ao post, com os clássicos comentários em parênteses! E nada de gramática nova para bajular leitor fresco =D

"Um mundo sem petróleo?"

Nossa sociedade, durante os últimos tempos, tem sido construída por e sob o que chamamos de recursos naturais não-renováveis (além é claro de questões sociais cruciais, como o que a cantora da moda comeu no café da manhã e quem é o ganhador do último reality show). Dentre estes, o petróleo certamente se destaca, sendo o chamado "ouro negro" de vários países.

Formado pela decomposição de matéria orgânica, ou seja, restos de vegetais, algas e animais marinhos, processo que dura milhões de anos, o petróleo e seus derivados têm fornecido à humanidade a energia e matéria prima necessárias para impulsionar seu crescimento tecnológico (e a indústria de sorvetes: http://media.ebaumsworld.com/picture/kb2o/WIN_Fossil-Fuel-Open.jpg). Contudo, embora tenha trazido muitos benefícios (garrafas pet para as tubaínas entre eles), o petróleo e sua exploração trouxeram consigo um rastro de guerras e poluição jamais visto pelo homem. E ele está se esgotando.

Plásticos, combustíveis, solventes, (sorvetes). Energia. Tudo isso é resultado do processamento do petróleo. Como, então, a humanidade há de sobreviver quando ele se esgotar?

No tocante aos combustíveis, já se tem um provável substituto: o álcool (combustível para automóveis, não para noitadas!). Seja vindo do milho ou da cana de açúcar, este composto tem sido cada vez mais estudado e produzido, tudo em busca de uma forma de suplantar a gasolina que tanto fará falta aos automóveis quando o petróleo se esgotar. Porém, nossa amiga cana agora não servirá somente para abastecer nossos automóveis (e corações partidos por entre dos botecos da vida). Ela agora também haverá de substituir o petróleo em outro processo: a fabricação do plástico.

Quem nos conta é o site http://www.udop.com.br/:

"Açúcares, álcoois e ácidos graxos são materiais facilmente relacionáveis a áreas como nutrição e alimentação. Mas o Dr. Thore Rohwerder, da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, pretende colocar esses biomateriais na agenda da indústria de plásticos.

Plásticos biotecnológicos

Ele e sua equipe descobriram uma enzima que pode ser utilizada como um precursor biotecnológico - uma matéria-prima intermediária de origem biológica - para a fabricação do polimetil metacrilato, mais conhecido como acrílico.

Em comparação com os processos atuais adotados pela indústria química, a nova rota biotecnológica é muito mais ambientalmente benigna.

Descoberta revolucionária

A nova enzima, chamada mutase 2-hidroxi-isobutiril-CoA torna possível transformar uma estrutura linear de carbono C4 em uma estrutura precursora do acrílico. Hoje a indústria utiliza compostos derivados do petróleo.

Mas o aspecto realmente revolucionário da descoberta é que a nova enzima, integrada metabolicamente em microorganismos apropriados, pode também transformar açúcares e outros compostos naturais nesse composto intermediário necessário à produção do acrílico e outros tipos de plásticos.

Até hoje, a única forma de produzir esses compostos precursores era através de processos puramente químicos baseados em matérias-primas petroquímicas.

Planta piloto

Os pesquisadores esperam conquistar uma fatia de pelo menos 10 por cento da produção mundial de acrílico, estimado em 3 milhões de toneladas anuais.

Antes disso, porém, eles terão que adaptar o processo biotecnológico, levando-o do laboratório para a escala industrial. Uma planta piloto foi montada para essa tarefa, e o trabalho deverá estar concluído em cerca de três anos."

(Como diria um amigo meu, a neve impede os europeus de viver. Por isso só lhes sobra estudar, e acabam por descobrir as coisas mesmo!)

Com tal avanço, será possível a humanidade suplantar o petróleo? Talvez.

Mas (sempre tem um "mas"), temos as consequências!

A moda de uns meses atrás era o biocombustível. Ele seria misturado ao combustível convencional, de forma a diminuir o uso do petróleo. Porém, segundo estimativas, se o país passasse a usar 5% de biocombustível misturado ao seu combustível, as culturas de cana atuais não seriam suficientes para abastecer o mercado (temos botecos demais para abastecer). Somando a isso a demanda para a indústria açucareira e a possível utilização como matéria prima para a produção de acrílico, a produção seria mais do que insuficiente (bye bye, florestas).

É um dilema e tanto. O país tem o clima e as terras necessárias para a plantação de cana . Mas elas seriam (como sempre se é aqui) propriedades de poucos, construídas às custas do que resta de vegetação nativa. Não acredito que valeria a pena sacrificar tudo isso em prol de uma medida paliativa de crescimento econômico.

E você, leitor?

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Now playing: The Knife - Heartbeats
via FoxyTunes

3 comentários:

Anônimo disse...

É impossivel dizer que o alcool não seja uma bela alternativa ao combustíveis fósseis tão utilizados hoje em dia. Bela, mas nao provável. Como dito no artigo, "se o país passasse a usar 5% de biocombustível misturado ao seu combustível, as culturas de cana atuais não seriam suficientes para abastecer o mercado", ou seja, teríamos que abrir mais espaço para a plantação de cana, teríamos que trocar as culturas de muitos itens básicos para a cultura de cana. Ao contrário do que o presidente lula diz, o etanmol brasileiro não é o 'etanol bom' e o do eua 'o etanol ruim' (numa péssima comparação com o colesterol). O brasileiro há de se tornar tão ruim quanto o norte americano, nao nos termos de rendimento energético, que é onde reside a real diferentça, mas na malignidade sobre as culturas de alimentos, coisa observável aqui nesse belo interior de são paulo, onde milho, café, feijão e alimentíciosestão sendo substituidos pela cana de açucar. Outro problema, ainda, é a concetração de terras na mao dos usineiros, pois a cana nao é produzina em pequenas propriedades: esses produtores de alimentos recebem ofertas dos usineiros, vendem suas terras, e ficam sem tem o que fazer. Vão para as cidades engrossar a massa de mao de obra desqualificada, ou pior, juntam-se ao pseudo-movimento MST. Tudo isso enquanto viviam bem com sua horta.

A solução pra energia reside em outras demais opções, mas ainda levara algum tempo pra que alcancem a eficiência necessária: energia solar, eólica, utilização do hidrogêncio e por aí vai. Carros elétricos também nascem no instante em que vos escrevo. Mas, utilizálo para a criação de polímeros, que atualmente são feitos a partir do petroleo é de fato algo muy apreciável!

Caio disse...

hidrogênio, nao hidrogêncio, desculpa.

Anônimo disse...

Sabe que na faculdade do filho do seu Clóvis tem um pessoal que pesquisa e até tem patente de uma bactéria (ou coisa assim) que faz 'plástico'... Eu sei disso, pois em uma Feira de Ciências ele me pediu que falasse sobre o tema... Mas esquci tudo depois que entrei na faculdade...