sábado, 2 de maio de 2009

Sigue Sigue Sputnik

Sempre achei muito interessante o conceito oitentista de música. Digo, muito da música atual deriva dessa época. Bandas que eu gosto muito, como Interpol, Editors e minha all-time favorite, The Mary Onettes, têm ali claramente ambos os pés nos anos oitenta, influenciadas por clássicos como Joy Division (que é mais final de setenta que oitenta =þ), New Order e The Cure.

Mas o que, na minha opinião, tornou a música da época tão inovadora foi o progresso tecnológico. Sem dúvida já haviam nomes como Kraftwerk, cuja música era essencialmente eletrônica, mas foi durante os anos oitenta que os famosos sintetizadores se espalharam pelo mundo musical e, conseqüentemente, trouxeram o toque eletrônico que faltava.

E foi inspirada no progresso tecnológico que surgiu uma banda um tanto quanto peculiar, eu diria. Trata-se de Sigue Sigue Sputnik.


Quando a antiga banda de Billy Idol, o Generation X (ou Gen X), se desfez (não antes de lançar o hit Dancing With Myself, popularizado por Idol posteriormente) e este seguiu para a carreira solo, o baixista Tony James criou o Sigue Sigue Sputnik (nome retirado de uma gangue de rua russa, "Queime queime satélite"), uma banda que unia o rock com o visual e conceitos do cyberpunk. Assim como muitas bandas da época, havia um grande enfoque na aparência, e não somente do som. Antes mesmo do lançamento da banda, uma grande propaganda foi montada em cima dela, com direito a trailer e tudo o mais:

O primeiro single da banda, "Love Missile F1-11", logo se tornou um sucesso. A mistura não-ortodoxa de visuais gótico e glam (muito observada no J-Rock devido a bandas como X-Japan e Malice Mizer), juntamente com os temas futurismo, Guerra nas Estrelas, jogos eletrônicos e sexo (ahn?) levaram a banda a cair no gosto do público. Seu primeiro álbum, "Flaunt It" (1986), mostrava uma posição um tanto quanto estranha da banda, pois entre as faixas haviam propagandas de produtos (alguns reais, como para a I-D Magazine e L'Oréal, outros da "Sputnik Corporation: Pleasure is our business").

Logo após o lançamento do segundo álbum, no entanto, a banda se separou. James culpou a mídia pela queda da banda, que inicialmente teria iluminado-a pelo visual e atitudes chocantes mas que logo a havia esquecido. Também, era por se esperar. Embora eu goste muito do som e do conceito, basta ouvir duas músicas para perceber que não são muito diferentes entre si, e enjoam rápido hehehe.

Tony James saiu para o Sisters of Mercy (uma saída nada mal, diga-se de passagem) e tentou remontar o SSS mais duas vezes, mas nunca com todos os membros antigos.

Para finalizar, o clássico videoclipe de "21st Century Boy":

Um comentário:

caio disse...

speechless.

nao que nao goste, já que gosto muito the The Mary Onettes, Killers (que querendo ou nao tem algo disso tbm na minha opiniao) e outras, mas esse visual glam-gothic-futureloversexx e vocais escrachados nao me apetecem muito. Prefiro algo mais sóbrio como sao as bandas supracitadas, cure, joy division e tal.

belo post, no entanto. Um tanto de cultura sempre faz bem =D