Obama, uma pá de cal no racismo?

Barack Obama, candidato à presidência dos EUA pelos Democratas, grandes biografias (é! ele tem várias), e, pelas últimas notícias, tem uma tia imigrante ilegal vinda do Quênia, o favorito na corrida segundo as últimas pesquisas, é uma pá de cal no racismo? – Faço essa pergunta evocando toda a temática 'sobre o racismo' da produção cultural americana.

Quem é o Obama para os eleitores americanos? Um candidato democrata, um candidato dos jovens, um candidato negro, um candidato democrata-dos jovens-negro?

Há um ânimo, confesso que é uma esperança minha também, da (possível) eleição de Obama, para mais que toda a discussão econômica e atuação da política externa, carregasse, também, o signo da pluralidade, mas, a cada unidade de tempo, isso fica mais distante...

Para nós, que moramos na América Latina, isso já se perdeu desde o começo das campanhas americanas, esse momento chave de recolocar na pauta as discussões sobre descriminações e direitos das minorias foi visto por nós como um barco que passa distante no horizonte, navegado por seres estranhos, para nossa sorte, evitando nosso constrangimento. Reflexo direto nos meios de comunicação que preferem ficar na repetitiva discussão “sobre quem é o melhor candidato para o Brasil” e incapazes de refletir sobre outra coisa a não ser economia.

Ah... Por favor, quando aparecer mais um especialista na tv falando sobre a diferença entre rebuplicanos, liberais no comércio e intransigentes na política externa, e democratas, protecionistas e um pouco mais abertos a diálogos, mude de canal e prove para tv que quem manda é quem tem o controle remoto e não quem está interessado no futuro do 'seu' dólar mais do que na vida de humanos.

Sonegamos essa discussão, pois ela ainda nos incomoda, estamos velando ela, pois ainda somos boçais, racistas e nos achamos superiores.

Triste que escolhemos, mais uma vez, ver o barco passar longe...